Túnel do Carpo

Síndrome do Túnel do Carpo entenda:

O que é?

A síndrome caracteriza por um conjunto de sinais e sintomas (parestesia = dormência, formigamento) e dor relacionados a compressão do nervo mediano no punho. Mais comum em mulheres pós-menopausa , devido as alterações hormonais que causam aumento do volume de líquido no corpo, causando inchaço em tendões e tecidos moles no interior do túnel.

O que é Túnel do Carpo e por que ocorre a síndrome?

O túnel do carpo é uma passagem anatômica do punho composta na sua parte anterior por uma estrutura chamada ligamento carpal transverso. Em seus limites profundos apresenta uma estrutura óssea que delimita 9 tendões e 1 nervo (mediano) superficialmente. Esse nervo está abaixo do ligamento carpal transverso, e as mudanças de volume (conteúdo) nesse túnel podem causar a compressão do nervo contra esse ligamento (continente não distensível) . Os primeiros sintomas relacionam a perda de sensibilidade (polegar, indicador, médio e parte do anelar) inicialmente, podendo evoluir para perda motora dos músculos do polegar (tenares) em estágios mais avançados.

Quem são os mais propensos a serem acometidos?

Geralmente mulheres, após a menopausa, por variações hormonais que causam retenção de líquido no corpo, inchaço nos tendões e tecidos moles no interior do túnel. Também apresenta enrigecimento do arcabouço ósseo e diminuição do espaço e elasticidade consequente do processo de artrose. Tem incidência maior na mão direita. Apresenta fatores de risco que causam a doença as artrites em geral (osteoartrose, artrite reumatóide,…), diabetes, hipotireoidismo, fraturas com consolidação viciosa (mal consolidadas) e tumores interiores no canal, e há condições temporárias como a gravidez. Exposição a atividades que causem vibração no punho e que exijam força apresenta relação na piora dos sintomas mas sem comprovação de ser responsável pela síndrome.

Se precisar operar, como é feita a cirurgia?

Há pelo menos 3 a 4 técnicas diferentes para ser feita.
Existem as clássicas com abertura do canal 2 mm ulnar a prega tenar (conforme figura 1) com um corte de 3 – 4 cm. Existe uma variação desta técnica com uso de um dispositivo chamado retinaculótomo.

Atualmente, usamos também a técnica videoendoscópica. Existem 2 técnicas: uma com dupla abertura (1cm na prega do punho e outra na palma da mão) e uma com somente uma abertura na prega do punho palmar de 1cm transversa.
Todas as técnicas tem iguais resultados a longo prazo (6 meses – 1 ano). A curto e médio prazo os pacientes da técnica videoendoscópicas podem retornar mais precocemente as atividades diárias, com menos dor e resultado estético mais satisfatório.

Todas as técnicas tem iguais resultados a longo prazo (6 meses – 1 ano). A curto e médio prazo os pacientes da técnica videoendoscópicas podem retornar mais precocemente as atividades diárias, com menos dor e resultado estético mais satisfatório.

Como diagnosticar?

O diagnóstico depende da avaliação do médico (clínico). O especialista em cirurgia da mão será capaz de fazer o diagnostico no consultório. Porém, o exame de eletroneuromiografia é indispensável como ferramenta para graduação e confirmação diagnostica.

Como tratar? Posso tratar sem cirurgia?

Sim. Nos estágios iniciais, enquanto as queixas sensitivas forem leves ou moderadas de carácter pouco frequente. Usamos talas rígidas e medicação que pode ser anti-inflamatória esteroide (corticóide) ou não esteroide (nimesulida, diclofenaco, tenoxican, cetoprofeno,….). Os esteroides são preferíveis para infiltração intracarpal (injeção no túnel). As pacientes gravidas são as que mais são indicadas as medidas não cirúrgicas pois seus sintomas em geral são reversíveis.

Recuperação pós-operatório:

O paciente sai da cirurgia com um curativo deixando os dedos livres para movimentar. Este fica fechado nos primeiros 7 dias. Há uma pequena dor no local onde é feito o corte. O alivio dos sintomas ocorre de imediato ao pós-operatório. Se a compressão é de muito longa data, ou já há queixas motoras os sintomas podem aliviam progressivamente num período mais longo (4 a 6 meses).