Fratura do Punho (Rádio Distal)

A Fratura de rádio distal mais conhecida como fatura do punho é bem comum de se acontecer e simples de ser tratado.

  1. 3% das fraturas que ocorrem no corpo
  2. Incidência alta (muito comum) com números de estatísticas americanas com  mais de  640.000 casos por ano.
  3. Ocorre mais em 2 populações:
  4. Dos 5 aos 24 anos – geralmente homens  traumas de alta energia (quedas de altura/ queda de moto e bicicleta/ acidente automobilístico/ prática do esporte – queda).
  5. Idosos (acima de 60 anos) – geralmente em mulheres (pelo fator de risco da osteoporose)  traumas de baixa energia (queda da própria altura – tombo)

Opções de Tratamento

As principais formas de tratamento são essas:

  1. Primeiro exemplo mostra um gesso (tratamento não cirúrgico).
  2. Segundo mostra fios de aço (kirshner) que são inseridos por cirurgia e geralmente colocados de forma percutânea.
  3. Terceiro mostra um fixador externo que é usado para casos específicos.
  4. Quarto utilizando placas que é um método de fixação abrindo o foco de fratura para estabilização.

O que é importante saber se tenho uma fratura do radio distal?

Quais os fatores que influenciam no tratamento Existem 5 fatores preponderantes para definir o tratamento:

  1. Idade maior 60 anos
  2. Se a fratura é articular
  3. Se a fratura é tem outra lesão associada (exemplo uma fratura da ulna)
  4. Se o Angulo de deslocamento do radio esta muito alterado mesmo após uma redução (em termos médicos chama-se tilt dorsal > 20 graus)
  5. Se existe fragmentação da parte dorsal do radio distal ( o que da sustentação ao osso). Isso também determina um prognóstico ruim para deslocamento dorsal.

Se pelo menos 3 critérios desses estiver presentes a cirurgia é a melhor indicação.

Por que considerar os critérios acima?

1

60% dos casos tratados com talas perdem seu alinhamento

Pois existem estudos que mostram algumas fraturas com essas características, mesmo com uma redução adequada (correção manual do punho por tração feito pelo médico – procedimento de pronto-socorro antes da colocação da tala gessada ou gesso), até 60% dos casos o punho durante o acompanhamento perde seu alinhamento.

2

O punho é uma região instável

São fraturas que são instáveis tem grandes riscos de se exercer tração excessiva ou manter uma posição de risco do punho para complicações:

Posição está comum no tratamento conservador na fratura de punho  (Cotton – Loder). Se estiver tracionado demais pela instabilidade da fratura o punho pode evoluir para compressão no mediano, rigidez nos dedos, distrofia simpática reflexa e ser incapaz de manter os fragmentos na posição.

3

As fraturas articulares com mínimo deslocamento em 91% evoluem com artrose degenerativa e em 100% se a incongruência for > 2mm

  • Se a fratura for exposta sempre há indicação de cirurgia
  • Os demais critérios cirúrgicos contabilizam também as variáveis de proporcionar uma mobilização precoce do membro, um retorno precoce as atividades laborais e esportivas e um resultado funcional mais previsível. Por isso você deve procurar um profissional especializado para o tratamento dessas fraturas. O bom senso deve sempre imperar em todos os casos.
  • Em todas as intervenções há 4 metas:
    1. Articular congruity (articulação congruente)
    2. Radial alignment and length (manter o alinhamento e comprimento radial)
    3. Motion (mobilidade articular)
    4. Stability (estabilidade da fratura)

Mas todas as fraturas são tratadas com cirurgia?

Não. O tratamento conservador (sem cirurgia) é muito indicado nas fraturas do punho principalmente em crianças. Mas há casos específicos. O punho respeita algumas regras de acordo com sua angulação radiográfica. Nas crianças os critérios são diferente dos adultos. Nesse caso estamos falando especificamente do adulto.

A

VARIANÇA ULNAR = 0 (± 1mm)

B

ANGULAÇÃO RADIAL = ± 22  GRAUS

C

COMPRIMENTO RADIAL = ± 10 mm (±  8 – 14 MM)

D

TILT VOLAR = ±  11 GRAUS

E

Eixo do radio (no primeiro no Rx em antero-posterior e no segundo em perfil)

As perdas destes parâmetros são decisivas na escolha do tratamento conservador:

  1. São aceitos até 1 mm de desvio articular / até 5 mm de encurtamento da altura A / e tilt volar neutro ou positivo para volar (não maior de 10 graus para dorsal)
  2. O ideal seria até 0,5 mm de desvio articular/ até 2 mm de encurtamento da altura A/ e tilt volar neutron ou positivo volar

São parâmetros para guiar o tratamento, mas não são os únicos. Há critérios específicos que somente um especialista treinado pode oferecer ao paciente.

Mas como funciona o tratamento sem cirurgia?

Em geral fica uma tala ou gesso da axila ao punho por 4 semanas (que mantém o cotovelo imobilizado também) e após substitui-se esse por uma tala antebraquiopalmar por 2 semanas.

O tratamento em geral dura 6 semanas. Alguns casos podem ter duração menor. Retorno as atividades simples (ex: como dirigir, lavar uma louça, ou outras que não exijam força), sem o uso de tala em geral é permitido a partir da 6 semana. Pode ocorrer antes dependendo do caso. Exercícios vigorosos geralmente são liberados a partir das 12 semanas do tratamento.

E o tratamento cirúrgico? Como funciona?

Pode ser realizado com os seguintes materiais:

  1. Placas e parafusos
  2. Fios de aço
  3. Fixador externo

Cada caso tem sua indicação. Apesar de os resultados entre a placa e o fixador serem muito similares há vantagens e desvantagens de cada método

Fios de aço (Kirshner)

Características:

  1. Melhores resultados anatômicos em osso com qualidade (paciente jovens) e fraturas extra-articulares.
  2. Pode ser usado em idosos em alguns casos pela menor morbidade cirúrgica. Porém, este método somente é superior ao tratamento conservador da fratura. Ele pode não oferecer os resultados que em alguns casos são conquistados com placa e parafuso
  3. Pode ser adjuvante as placas e fixadores externos
  4. Custo baixo do material

Placas e parafusos

Características:

  1. Ideal para fraturas que não tem sucesso na redução fechada
  2. Ideal para jovens (pois consegue adequada redução da fratura e mobilização precoce da mão) e idosos (pela baixa qualidade óssea esses implantes sustentam melhor a correção da fratura, além de proporcionar menor morbidade pós-operatória pela mobilização precoce)
  3. Hoje é considerada a técnica padrão ouro na maioria dos casos
  4. Custo em geral maior em comparação aos fios de aço.
  5. Ideal para redução articular não é estabelecida por métodos fechados (percutâneo ou conservador) e mobilização precoce
  6. Há um limitador em fraturas com extrema fragmentação articular

Fixador externo

Características:

  1. Método ótimo para tratamento das lesões de partes moles (ocorre na fratura exposta ou trauma de alta energia).
  2. Resultados com as placas a longo prazo similares
  3. Pode ser usado como método temporário
  4. Ideal para tratar as fraturas com grande destruição articular (assim como a PIN plate – fixador interno)
  5. Inconveniente é ser um dispositivo externo ao corpo
  6. Necessita de cuidados de higiene dos pinos
  7. Custo variável (dependendo da qualidade e função do fixador).